sábado, 25 de abril de 2009

IMPRENSA REGIONAL

Pós-graduação abre novas perspectivas tecnológicas










Fernando Guedes da Silva e Paulo Miguel Proença, membros da direcção executiva da distribuidora Vasp

A Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC) é pioneira em cursos de pós-graduação em Imprensa Regional existentes em instituições portuguesas de ensino superior. Ao longo do ano lectivo 2008/09, duas dezenas e meia de profissionais da comunicação social regressaram aos bancos da escola para abordar novos conceitos de imprensa.


O presidente do Conselho Executivo da FLUC, Carlos André, considera que o curso em Imprensa Regional é “triplamente inovador” por ser “a primeira vez que se faz uma pós-graduação em imprensa regional em Portugal”, a que se junta o facto de obedecer a “uma construção do plano curricular que não tem a matriz tradicional”, possibilitando, assim, a abordagem de “uma pluralidade de temas”. Na sessão de lançamento da pós-graduação, em Novembro de 2008, o docente sublinhou o facto de ser “a primeira vez que fazemos um curso em parceria com uma empresa privada, neste caso de comunicação social”. Esta circunstância foi também sublinhada por Francisco Rebelo Santos, administrador da Sojormedia, acrescentando que “a qualificação das pessoas é a primeira resposta a dar para vencer as transformações que se verificam na sociedade actual”.
Também o director do jornal diário “Público”, José Manuel Fernandes, orador convidado para a conferência de abertura do curso de pós-graduação leccionado na FLUC, abordou as estratégias seguidas pelos jornais para fazer frente à concorrência da Internet, defendendo que “a solução é utilizar os novos meios a nosso favor”, referindo-se à necessidade dos jornais tradicionais de formato papel desenvolverem plataformas on-line cada vez mais interactivas.
Leitores têm uma palavra a dizer
Nessa perspectiva confessou que os indicadores revelados pelo tipo de leitores que consultam o portal do “Público”, nomeadamente o género de notícias que procuram e os temas mais consultados, já começam a ter influência junto da direcção do periódico na escolha das manchetes do jornal. No quadro da imprensa regional, o responsável considerou que “é muito importante capturar o interesse dos leitores a nível local”, ressalvando que “tudo o que é feito nos jornais tem que ser feito com qualidade, sem ceder a facilitismos”. Perante uma plateia de cerca de meia centena de ouvintes, metade dos quais eram alunos de pós-graduação, José Manuel Fernandes concluiu que, mesmo atendendo ao domínio da Internet, “não vale a pena decretar a sentença de morte dos jornais porque isso já aconteceu muitas vezes, sem que se tivesse concretizado”. A pós-graduação em Imprensa Regional decorre até 2 de Maio de 2009, integrando conteúdos como o “Enquadramento Legislativo” dos meios de comunicação, “Princípios de Gestão Aplicados à Imprensa Regional” e “Metodologias de Investigação em Comunicação”. Ao longo do curso decorreram diversos seminários, destacando-se a presença dos jornalistas espanhóis, Beito Rubio, Manuel Campo Vidal e Francisco Moreno, assim como, Paulo Miguel Proença, director –geral da distribuidora de imprensa Vasp.
António Rosado

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